“A evolução na continuidade do colectivo montado por Vítor Pereira é um caso. A pouco mais de uma semana de terminar o “mercado” de Janeiro, ainda há gente que não só não percebeu que não vem um ponta-de-lança para o FC Porto porque não é urgentemente preciso e não há dinheiro para comprá-lo nem oportunidade para acertar na escolha, rejeitando-se e bem a situação de comprar por comprar. Resta ao treinador, cuja competência nesta situação não só complicada como limitada pelas opções tem sido evidente, trabalhar e exaltar o colectivo para obter resultados, enquanto muitos esperam brilhantismo como a única forma de chegar aos títulos que sobram.
Tenho marcado a este nível mais do que nunca a minha opinião, ao arrepio da quase totalidade da bluegosfera. Não por não achar que não é preciso um pdl, porque já desde a saída de Falcao que o vinquei e a inferioridade europeia do FC Porto ficou patente no comparativo negativo face às opções das outras equipas no grupo da Champions, inclusive o excelente Ailton do APOEL. Mas por perceber as condicionantes em que se movem os responsáveis portistas. Gostando ou não apoiando esta ou aquela opção, é dever de ofício, no caso para quem escreve, perceber porque se faz ou não uma operação. E não só resta pouco tempo, como o tempo que resta não chegará para ambientar um potencial novo reforço para uma área efectivamente carenciada.”Zé Luís in Portistas de Bancada
“Kléber nunca deslumbrou, é verdade, mas já provou que é bem melhor do que tem mostrado nos últimos jogos. O jovem brasileiro tem capacidade, margem de progressão, mas nos últimos tempos parece que bloqueou. Quando se esperava evolução, tem havido regressão, parece que desaprendeu, que nem nas bolas mais fáceis acerta. Porquê? Porque e isso para mim é claro, a juntar à instabilidade da equipa – não ajuda ninguém, muito menos os mais inexperientes e que só agora chegaram -, a pressão e a carga que lhe colocaram sobre os ombros, tem sido demasiada. Kléber precisa de calma, tranquilidade, ter uma evolução natural e não a responsabilidade de ser o avançado que substitui Falcao, com tudo que isso implica, sabendo-se das virtudes e dos golos que o colombiano facturou com a camisola do F.C.Porto. O erro não está na contratação de Kléber, não, o erro está na não contratação de um substituto de Falcao, disse-o no primeiro dia após o fecho do mercado, Fechou o mercado. É hora de dizer alguma coisa. Mas como também disse nesse post, a partir do momento que não veio ninguém, não faz o meu género, sempre que um ou outro resultado não eram positivos, vir a terreiro dizer, “já sabia, já tinha avisado, foi um erro, se tivessemos um avançado, etc,” até porque era chover no molhado, não resolvia nada. Não tinhamos cão, tinhamos de caçar com gato.
Agora é diferente, o mercado está aberto e por isso é a hora de reclamar um avançado – já cá devia estar desde o início dos trabalhos, pós férias natalícias. E a vinda ou não de um avançado pode fazer toda a diferença no que seremos capazes de fazer até ao final da época, por todas as razões e também por Kléber.
Os tempos não estão fáceis, o pilim está caríssimo, mas seria para mim incompreensível, não seríamos Porto, se perante as notórias carências que temos na frente e depois do empréstimo de Walter, não contratássemos ninguém.”
A somar a estas duas opiniões temos a do José Correia no Reflexão Portista, que por ter escolhido usar uma resposta de Vitor Pereira não me deu material para citar mas deixou bem evidente a mensagem que percebeu ter sido enviada pelo treinador tanto aos seus patrões como aos sócios do FC Porto.
Acho sempre curiosa a forma quase antagónica de ver uma situação como a da contratação ou não de um ponta-de-lança para o nosso plantel, numa altura em que tal questão gera conversa atrás de conversa mais ou menos inflamada entre os adeptos portistas. E vejo-me, como tem sido hábito, a concordar um pouco com ambos.
É uma verdade que Kleber não é Falcao. Não o é agora e talvez nunca o venha a ser e também é verdade que o facto da aposta ter sido feita na colocação do brasileiro no lugar do colombiano não foi uma vitória no papel nem na relva. E estas duas opiniões de que me socorri em cima comprovam que olhando por que lado olhemos, poucos acreditam que a estratégia possa passar unica e exclusivamente por Kleber na frente de ataque. Seja com Hulk deambulando do centro para as alas, adaptando o tradicional esquema de 4-3-3 num harmónico com maior mobilidade entre os três avançados ou recuando um ala para o meio-campo e usando James como 10 “plus”, a convicção mantém-se: Kleber não chega.
No jogo do passado Domingo contra o Vitória foi evidente que o grupo está a procurar fazer com que o rapaz se enquadre, ele que pode perfeitamente ser o único titular que não fazia parte da equipa do passado a par de Defour. Logo após o golo de Moutinho todos os jogadores, incluindo o próprio João, juntaram-se à volta do autor da assistência (para quem não viu, foi mesmo Kleber com um excelente toque por cima da defesa contrária), Helton correu da baliza para abraçar o colega, numa demonstração que tem tanto de fraterna como de autêntica. Mas Kleber, mais uma vez, não é Falcao. E o modelo de jogo do ano passado dependia em grande parte de dois factores que se associavam na perfeição ao jogo de posse: eficácia na zona central da área e rupturas rápidas pelo flanco. À medida que Falcao ia facturando e Hulk ia rasgando, a equipa construiu-se em torno desses mesmos paradigmas e o jogo fluia naturalmente. A construção de jogo no meio-campo era essencial para trocar a bola até ao ponto em que pudesse ser enviada para Radamel ou Hulk e com Moutinho ao lado de Guarín ou Belluschi, a simplicidade de processos faziam com que a produtividade fosse elevada. Este ano, com menor eficácia no centro, Vitor Pereira optou por Hulk ao centro. Funciona, como já se viu, mas o modelo muda e as mesmas constantes não se podem aplicar.
Se somarmos a saída de Walter à equação, o panorama torna-se mais complexo. “Bigorna”, esse sim uma aposta redondamente falhada como alternativa tanto a Falcao como a Kleber, por tantos e tão variados motivos (válidos ou não) deixa uma vaga no plantel que será ou não tapada por um novo jogador. Mas seremos capazes de adquirir um jogador a um custo aceitável para a frente de ataque que nos garanta uma presença eficaz na área, entrosamento com o resto dos colegas…e acima de tudo golos? Mais que isso: valerá a pena? Uma coisa é certa: se vamos comprar só para equilibrar os números do plantel, não vale a pena. Mais vale promover o Vion.
Seria assim tão estúpido (admito que sim…) negociar com o Sporting o empréstimo do Bojinov até ao fim da época, tendo eventualmente por contrapartida o empréstimo aos lagartos de algum dos nossos excedentários (e que lhes fizesse falta)…? Eu diria que o nosso “aparelho” poderia endireitar o búlgaro e talvez o tipo até nos pudesse ser útil…
Pois! É o grande tema.
Concordo com o Zé Luis no sentido em que os adeptos podem sonhar com uma equipe, e com um tipo de jogo; não devem é achar que porque sonham, isso terá de se transformar em realidade! … É uma utopia. E não vale a pena discutir com ninguém, se este facto não for claro. Isto aliás, tem influenciado as opiniões à cerca do treinador e da tática, e a resposta assobiativa dos adeptos, que alguns identificam como “perceber de bola”, os “não vou mais ao estádio”, etc… Todos imaginaram uma sequela para este ano, e como o ator que fez de herói já não é o Sean Connery, mas o Roger Moore, os Diamonds deixaram de ser forever…uma decepção… Mas, enfim, somos assim na política e no trabalho: imaginamos uma história toda, e depois se a realidade não for igual ao guião que criámos , ficamos zangados… (- ao contrário é a realidade, como diria o poeta antónio machado: “el camiño se hace camiñando”…)
A questão do empréstimo de Walter parece não fazer sentido se não for para a contratação de um PDL… a não ser, que todos (SAD e treinador, por convicção ou por imposição da realidade de falta de grana) já tenham decidido não ter ponta de lança, que é ponta de lança, e adaptar o jogo para a entrada dos médios (ou dos centrais ou do Danilo) em zona de disparo…
Como a muito bem escolhida ilustração do post do Jorge, uma ponta de lança que nunca poderia estar na ponta de uma lança, talvez andemos todos à procura de encaixar esta ponta, na elaboração de punhos e cabos, quando o mais simples é apenas pegar nela com a mão e cravá-la…
Percebendo desde o inicio do post onde este iria desembocar li-o até ao fim. E tendo desde antes do inicio da leitura, aquilo que é a minha opinião acerca deste assunto mas não tendo ainda encontrando “alma gémea” que me acompanhe… enganei-me. A ultima frase é a minha opinião e acompanha o meu raciocínio acerca desta problemática azul e branca.
Não sei os motivos, se financeiros se receio de falha na escolha ou se por simples falta de opção válida mas acho que será normal e natural que se dê oportunidades aos que são formados em casa.
Afinal de contas para que existem as escolas de formação se depois num caso como este elas não são aproveitadas?
Como já disse num comentário a um post do blog Dragão Até à Morte, só vejo um motivo para não se promoverem mais os jovens no FC Porto, principalmente em alturas como estas, em que há falta de opções no plantel principal. Só se for porque a direcção prefere a politica das comissões(€€) nas transacções de jogadores em detrimento da rentabilidade da formação interna. Mas a ser assim então anda-se a mentir aos miúdos que por lá passam e isso…
isso pode ser mais nefasto do que libras boas a desmoronarem equipas que estavam fortes e com vislumbres de um futuro risonho.
Jorge, é curioso de facto, mas não há visões antagónicas sobre a carência de um pdl. Nem é, para mim, assunto “momentoso”: está resolvido com Hulk. Agora, faltam alternativas e temos presente o ideal da época passada, como bem descreves: Hulk a romper e Falcao a morder. Fatal. O momento agora é outro e poucos rompem com o ideal passado. Como já disse, Danilo vai trazer outras variantes ao jogo ofensivo. E o técnico tem de arranjar as peças que tem e não as que estão para vir em potencial…
Visão antagónica não há, por se perceber mesmo que faz falta alguém. Pode vir ainda, embora eu não acredite. E teria de ser em condições ideais, que a maioria julga ser fácil arranjar.
Há são visões diferentes em termos práticos: o tal comprar por comprar, que se deve rejeitar (ainda agora cito o caso do Ribas, chegou e jogou, agora está de lado, não está ambientado, não tem ritmo, no Sporting de Domingos…) e que tu concordas não dever fazer-se. De igual modo, a substituição de Falcao devia ter sido feita em Agosto e já precavida, no que é um erro de origem que a “maioria” de agora não quis acentuar então por não beliscar a SAD como se fosse infalível ou digna de reparos. Agora poderia remediar-se? Sim, mas não seria a mesma coisa e encontrá-lo a preço justo não é fácil. Nem há tempo para ambientar um quando as coisas vão começar a aquecer em Fevereiro – já viste o calendário?
Por mim isto nem era caso. Só o abordei para opôr à maioria uma opinião diferente e mais realista, fugindo do precipício das soluções fáceis do momento dê por onde der. Já o fiz relativamente à utilidade/validade do Kléber: todos confiaram nele e desde o jogo com o Shakhtar nem com o golo lhe atribuí mais valor do que aos outros pdl concorrentes, como se veio a provar. E provou-se ainda, em Donetsk, que Hulk é para ser pdl, nas condições actuais é o melhor que temos.
De certa forma, pões-me em confronto com outras opiniões como se houvesse disputa. E para haver disputa teria de eu considerar argumentos válidos e pertinentes de outras correntes que debitam as analogias e coisas do senso comum. Eu não jogo esse campeonato que vês nos painéis da comentadeirice igual em todo o lado. Se juntares alguns até no PortoCanal vão debitar as mesmas coisas como noutro lado qualquer de outro painél qualquer. Sorry.
na minha opinião, mais um ponta de lança era sempre bem vindo, mas não estritamente necessário. Para mim, Kleber mostra qualidades suficientes para ser um bom ponta de lança, só precisa de ganhar mais confiança (que foi tirada pelo treinador quando o encosta para meter um extremo nesse lugar). Hulk a ponta de lança afunila demais a equipa, pois é aquele jogador para o qual todos vêem a resposta para tudo. Com Kleber a história é outra, o jogo abre para as linhas, a bola circula muito melhor e já podemos contar com o melhor Hulk na ala. Para mim, Kleber seria neste momento titular indiscutivel, para o bem de toda a equipa e sistema.
eternomagnifico.blogspot.com
Petição Pública para ter Lucho de volta!
http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=Lucho8
Jorge eu já há muito, mas há mesmo muito tempo (e muito antes de todos estes Cronistas que fazes referência) opinei sobre o assunto Kléber.
Eu venho chamando a atenção (lá no sitio do costume e que não digo claramente qual é para não estar aqui a fazer publicidade) para o simples facto de que o Brasileiro é um grande jogador e que precisa de tempo de jogo para se desenvolver.
O Kléber só tem apenas 21 anos de idade. Tem muito que aprender. E este Jogador foi contratado numa lógica de crescimento pois na altura tínhamos Falcao. Só que a situação financeira do nosso Porto não é a melhor e a saída atribulada de AVB ditaram que por um lado a saída de Falcao tivesse de ser uma realidade sob pena de termos um autêntico colapso nas contas Azuis e Brancas e por outro lado isto explica que o FC Porto esteja a “acertar” o Plantel em Janeiro/Fevereiro.
Naturalmente que o Walter não ia trazer nada de novo a Kléber. O seu empréstimo foi bem pensado uma vez que este Jogador não estava cá a fazer absolutamente nada. Só lamento que o seu passe não tenha sido vendido de uma vez por todas.
Agora há quem aclame a plenos pulmões por um PDL a todo o custo. Meus caros isto não é o FM nem outro qualquer jogo virtual de treino de equipas de futebol. Os Jogadores tem de passar por um período de adaptação que pode se curto ou longo e se for longo é dinheiro que o nosso Clube atira para o lixo.
Assim como Hulk e Falcao precisaram de tempo para brilhar, deixemos que Kléber cumpra a sua integração com normalidade.
Tenhamos calma e evitemos decisões precipitadas.
Aquele abraço Jorge.
Será assim tão difícil perder menos tempo a tentar descobrir jogadores jovens brasileiros com potencial (mas ainda com muita sopa para comer) e GANHAR tempo a descobrir um bom jovem português com potencial e fazê-lo jogador? Era mais barato quase de certeza, era PORTUGUÊS e alem disso de certeza que não teria a pressão que o Kleber tem porque o povinho ia dizer “é português” num tom condescendente que não tem para com o brasileiro que causou tanto ruido para sair do Maritimo… Vamos começar a pensar em formar bons jogadores!!