Ouve lá ó Mister – APOEL


Amigo Vítor,

Em primeiro lugar, deixa-me ser o primeiro entre os autores do Porta19 a dar-te os parabéns pelas decisões no jogo contra o Paços. Devo ser dos poucos que acha que as presenças de Moutinho e James no banco não são consequências de nenhum castigo ou de uma censura competitiva directa ao comportamento fora de campo dos jogadores, mas sim por motivos tão mais banais que muitos não conseguem compreender por falta de bom senso ou por não aplicarem o princípio de Occam’s Razor às situações do dia-a-dia. Na minha opinião, tanto um como outro têm estado no banco…porque não estavam a 100% fisica e mentalmente. Também sou da opinião que tanto um como outro terão recuperado contra os “castores” alguma da confiança que lhes tinha vindo a faltar e acho que devem estar de volta no Chipre. Pode ser de mim, que tenho sempre fé nos jogadores e apelo sempre ao meu espírito de Padre Américo…até que me lixo e me desiludo. Não creio que corra esse risco com nenhum destes dois.

E o Givanildo, rapaz? Estiveste bem em tirá-lo e ele foi um traquina, o estupor. Mas como qualquer puto depois de partir uma chávena do serviço da Vista Alegre da mãe, foi pedir desculpa e levou uma palmada, ainda que metafórica, na patinha. Pois é, também é preciso fazer actos de contrição quando são necessários, e este foi um bom exemplo disso. Tu que o conheces deves saber melhor que eu que tipo de palha deves levar ao “burro” (não quero com isto chamar jumento ao rapaz, é só um provérbio, pá!) e por isso deixo nas tuas mãos a gestão dessas tretas. O que interessa agora, o que interessa mesmo, é o APOEL.

Mais que vencer o jogo e recuperar os pontos perdidos no grupo, acima de limpar a imagem e recolocar o clube no ponto mais alto do grupo da Champions, sinto um leve aroma a vingança no ar. Uma retribuição medieval, com forquilhas, alcatrão e penas, panelas de óleo a ferver ou snipers em torres de vigia. Qualquer coisa serve, Vitor, para pagarmos com juros o empate humilhante que permitimos aqueles rapazes. Usa o James como falso 10, o Djalma na ala, o Souza ao meio ou o Bracali na baliza. Ninguém quer saber qual é a equipa que vai entrar em campo, desde que a que saia do GSP Stadium possa olhar para o marcador e veja que o número da equipa da direita é maior que o da esquerda. Por um, três, quinze.

Temos de regressar à Invicta com uma vitória. Nada menos que isso.

Sou quem sabes,
Jorge

4 comentários

  1. Os golos podem ser auto-golos ou em fora de jogo, mas hoje temos mesmo de vencer. Estamos entre a espada e a parede e hoje ou saímos com outra margem de manobra ou com a espada cravada no peito.
    Espero que o James jogue a falso 10, ele que é um verdadeiro 10. Daria para tirar o máximo partido das arrancadas do Álvaro e da genialidade do míudo. Espero que volte em grande, até porque o Varela continua sem convencer.
    E espero que a equipa consiga pressionar alto, como não tem feito nos últimos jogos, em que os adversários têm demasiadas facilidades para sair a jogar. Há que ganhar aquelas segundas bolas, não deixar os médios adversários virar, pressioná-los o mais à frente possível. Se conseguimos forçar o Barcelona a chutar bolas para a frente, temos obrigação de fazer o mesmo em todos os jogos.

    Está na altura de o Vitor Pereira mostrar que estou errado nas minhas desconfianças!

  2. Bom dia,

    Hoje diante do Apoel, jogamos o apuramento na edição deste ano da champions. Temos de vencer. Para tal é necessário Ser Porto.
    Há que entrar determinados, lutadores e procurar a vitória desde o momento inicial.
    Somos melhores, mas temos de o demonstrar dentro de campo.

    Jogue quem jogar, tem de lutar e dar tudo para vencer.

    Abraço e bom feriado

    Paulo

    pronunciadodragao.blogspot.com

  3. George, não havia necessidade de escrever razor aqui no Door19; em português usa-se a mesma expressão traduzida já há muito séculos: navalha de Ockham.

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