Já não é a primeira vez que falo neste assunto, mas tenho dois clubes que apoio para lá do FC Porto. Fora de Portugal, claro, e não com o mesmo nível de paixão, mas sigo as aventuras e desventuras, acompanho o dia-a-dia (quando posso), torço por eles e identifico-me com os adeptos e os valores que as instituições representam. Esses dois clubes, como alguns já sabem, são o Newcastle United FC e o FC Barcelona.
Focando-me um pouco no Newcastle, o meu FC Porto de preto-e-branco que joga em Inglaterra, estou mais que satisfeito pela temporada que estão a fazer. Actualmente em terceiro lugar, é a melhor defesa da Premier League e uma das únicas duas equipas até agora imbatíveis (a outra é o Manchester City), depois de um defeso em que tanta tinta correu com críticas ao treinador e às contratações e, imaginem, à contratação de apenas um avançado quando os adeptos pediam mais um. Mas o que mais impressiona nesta equipa que este ano está a desafiar todos os limites é mesmo a solidariedade e entreajuda que faz com que o onze que entra em campo seja unido, lutador, disposto a deixar tudo em campo e a combater alguma falta de talento e de grandes vedetas mundiais com o espírito de sacrifício que até agora tem sido vital no percurso invicto. A inspiração, quando falta, é substituída pela transpiração e os resultados estão aí para todos verem e se surpreenderem.
Jogadores como Jónas Gutierrez, Steven Taylor, Yohan Cabaye, Danny Guthrie, Demba Ba, Ryan Taylor, Fabricio Coloccini ou Danny Simpson são heróis em Tyneside com bons motivos. Quem conhece um pouco do passado dos Geordies sabe que não se pode comparar o talento de Gutierrez ao de Ginola ou Waddle, o de Ba ao de Shearer ou Beardsley, o de Cabaye ao de Gascoigne, Speed ou Rob Lee. E claramente Alan Pardew não tem o mesmo carisma de Keegan, Robson ou Joe Harvey, mas quem vê os seus meninos em campo percebe que há ali vontade de jogar, vontade de fazer o clube regressar ao que um dia já chegou a ser…um pouco como vimos no ano passado no FC Porto, de início a fim da época. Esta atitude enche os adeptos de orgulho e a alegria voltou a St.James’ Park. E a minha casa também.
É pouco provável (diria MUITO POUCO provável) que o Newcastle mantenha a posição que tem até ao final da época. Mas a forma como a equipa se tem vindo a exibir dá garantias aos adeptos que não será por falta de esforço que os resultados vão deixar de aparecer. Pardew, tão contestado quando chegou ao clube na época passada e sem tréguas desde o início da época, já está de parabéns. Só gostava de ver o mesmo acontecer aqui ao nosso Vitor, até porque o talento, ao contrário do que acontece em Newcastle, está presente em grande quantidade na Invicta. Só precisa de ser bem domado.
O Ba nao e um shearer porque sao jogadores completamente diferentes, mas que existe talento para la chegar e sem duvida alguma uma certeza irrefutavel. Contudo, sao joghadores de estirpes e perfis totalmente distintos. Vejo o newcastle jogar todas as semanas e nao consigo perceber muito bem a comparacao, senao por estarem no ultimo terco do terreno. Mas o Ba numa equipa que lhemeta a bola para dois toques e remate a baliza e uma seria arma dde fogo e vai dar muitissimo nas vistas esta epoca.
só comparei pelas posições no terreno, obviamente! a questão está mais na entrega ao jogo e menos no talento individual que tantas vezes salva equipas menos empenhadas :)
Jorge, na mouche, esse espírito de camaradagem, entreajuda e alegria que mencionas no Newcastle é precisamente o que nos falta aqui no nosso clube, um dos aspectos que mais me chateia ao ver os jogos do Porto deste ano é que um jogador nosso se for pressionado por 2 ou 3 adversários não tem nenhum companheiro para ajudá-lo, nem sequer se desmarcam para lhe oferecer uma linha de passe, apenas aguardam impávidos e serenos que o companheiro se desenrasque.
O talento está todo lá, não se desaprende de uma época para a outra, eu continuo a acreditar que o Vítor poderá dar a volta a toda esta situação e a equipa acordar um dia e começar a jogar futebol, veja-se o caso do sporting, mas a cada jogo que passa é-me cada vez mais difícil manter essa esperança.
Ao contrário do que um conhecido político disse um dia eu posso estar enganado e neste momento tenho muitas dúvidas.
O meu Liverpool tinha de pagar uma pipa de massa por um meco de lá que não vale puto e está a caminho de mais um ano sem Europa. O Carroll é mais um menino de coro (choire) do que o matulão pode querer dizer. Como é que o Dalglish, todo o contrário disso quando jogava, foi na tanga?
A gloriosa história do Newcastle merecia um presene mais bonito, mas tudo isto parece-me curto, ainda que estimulante para a sua fanática gente.
Gosto também pelo que merece esse modelo de simplicidade e simpatia que é o Pardew, low profile mas sabedor, um manager às direitas como o Newcastle teve tantos mas que foi ostracizado em quase toda a Premiership.
teve muitos mas há algum tempo que não tinha alguém decente. o Hughton fez um bom trabalho mas só de pensar em Gullit, Souness, Allardyce ou Kinnear…até me ferve o sangue.
o Carroll é só mais um numa sequência fabulosa de acidentes de percurso. o Ranger, que ainda lá está, segue o mesmo caminho…
Em Inglaterra gosto dos Spurs :)
Mas nem é por nenhum motivo em particular,nem tão pouco acompanho o dia-a-dia.Não sei muito bem porquê mas desde miúda que engraço com eles.Talvez sejam influências do meu irmão,”aprendi” a jogar em simuladores de treinadores com ele e ele escolhia sempre o Tottenham :p
Só por curiosidade, porque tens tanta simpatia pelo Newcastle?
dois motivos: Peter Beardsley e Championship Manager. gostava imenso do jogador e do jogo, por isso juntando ambos os pontos de interesse…comecei a gostar do clube e quando mais tarde foi para lá o Shearer…foi ouro sobre preto e branco :)
Robson, Bobby Robson. Jorge, despediu-se em St. James Park em cadeira de rodas…
Ah, claro, ainda és novo, voltei a lembrar-me pelo que conheces dos Magpies.
Já lá passei em St. James Park, pqrece pequeno mas intimida e “cresce” quando olhamos bem para aquilo lá dentro. Só lhe falta o inimitável ronco do Kop de Anfield. É intimidatório. Pena que só tenha chegado a umas finaizitas.
Lembro-me bem da caminhada com Keegan e do melhor jogo de sempre da PL: 4-3 em Liverpool decidido no último minuto. Meu Deus!
Já agora, sou fanático “inglês” desde jovem, começando pelas finais da FA Cup que davam na RTP (quase sempre). A 2ª que vi em directo foi em 74, Liverpool-Newcastle, 3-0, 2 de Keegan e 1 de Highway.
Mas eu gosto em geral de todos os clubes de lá, já visitei quase todos os principais, há uma tradição e um respeito histórico que não existe em parte alguma do mundo. Há décadas sem ganhar nada, mas Newcastle, Villa, Sunderland, Tottenham e outros como Sunderland, M. City até Southampton são sempre considerados grandes. Pela sua história, tradição e fidelidade do seu público. O dinheiro da PL e da CL criou o fosso elitista superior ao qual nenhum destes agora chega, salvo pelos petrodólares do sheik do MC.
Abraço!
acho que o primeiro jogo que me lembro de ver “a sério”, conhecendo os intervenientes e entendendo a rivalidade e a atmosfera, foi o Liverpool-Everton da FA Cup de 1985 ou 1986, não me recordo bem e não tenho pachorra para ir à wikipedia confirmar.
por isso sim, sou novo :)
é evidente que me lembro de Robson no comando, não foi falha. estava só a citar alguns dos nomes que tenho na carola e que me ficaram marcados pela inépcia que ajudou a levar o Newcastle a descer progressivamente nos corações dos brits até chegar à Championship. melhores tempos se avizinham, desde que o parvo do presidente não continue a transformar o clube no seu billboard privativo. malditas letras do sportsdirect.com ao lado do nome do clube na bancada central, até fere a vistinha.
Desde 1995 que me interesso pelo Arsenal como quem se interessa por um insecto de beleza incomum, isto é, com uma certa admiração distante, meia analítica, meia curiosa. Nada como o que sinto pelo FC Porto e talvez até com alguma reluctância pelo facto de ser a maior equipa de Londres a vestir de vermelho-e-branco (crime lesa-majestade!).
Ainda assim, e ao cabo de quase 10 anos de residência permanente no norte de Inglaterra, não sinto isto por nenhum outro clube.
Devo este interesse ao Exmo. Sr. A. Wenger, que ano após ano tem criado equipas que praticam um futebol vistoso e sempre competitivo, mesmo quando não vence troféus.
Mas a maior “Graça” de Wenger foi ter dado ao mundo jogadores como Vieira, Henry, Anelka, Overmaars, Ljungberg, Pires, Fabregas, Van Persie, e acima de todos, Denis Bergkamp.
Também posso dizer que tudo começou com um jogo de computador, o LMA Manager – no qual perdi noites a fio a ver o “meu” Arsenal jogar num “3D Engine” que só mais de uma década mais tarde foi introduzido nos mais populares CM e FM.
Resta-me dizer que alguns dos mais divertidos podcasts de futebol são feitos por adeptos do Arsenal, e que o Arsenal também é considerado um clube “do Norte” (de Londres, isto é…).
Gosto muito de ver o Coloccini a jogar. A venda do Carroll foi um negócio da China.
Recordo-me de outro carismático jogador no Newcastle, Asprilla que destroçou o Barça num jogo da Champions
epa, e aquelas finais da taça da FA entre Liverpool e Crystal Palace, com jogo extra….
ah, a bola na rtp naqueles tempos era uma festa….
StJames Park é lindissimo, carregadinho de historia assim como praticamente todos lá na ilha.
Eu sempre gostei muito do Newcastle, assim como dos Spurs, acho que têm…algo! :)
Achei um piadão Anfield ser tão perto de Godison Park mas o Kop e a sua tão afamada imponência, especialmente sonora, foi das maiores desilusões que tive enquanto adepto de futebol.
cumprimentos a todos