- Foi simples, honesta, nossa e felizmente sem muito do embandeiramento em arco de outras coisas de ouro, como Globos ou Sequins. Não me interessa muito o glamour, os fatos brilhantes, os vestidos de baile ou a música ao vivo. Foi em grande parte um sarau à antiga e apesar de lamentar o excesso de cantoria ao vivo e a falta de mais entrevistas e mais conversas com as nossas figuras de proa, valeu pelo enaltecimento da valia, da vitória, do Portismo.
- Não compreendo nem percebo o porquê de entregarem o troféu de Campeão Nacional à equipa sénior de Futebol e não trazer sequer os troféus para as outras modalidades. Madaíl estava presente. So what? Afinal não foram todos campeões? Não foram todas aquelas equipas que desfilaram em palco, mais jogador menos jogador, campeãs de pleno direito? Ficou mal e faço um mea culpa pela falta de cobertura das outras modalidades que não a do esférico que rola pela relva, como dizia o Estebes, mas lá por eu não ter tempo nem juntar actualmente o mesmo gosto pelas “amadoras” como pelo futebol, não me parece correcto que o clube o faça. Sim, o futebol tem mais impacto, mais adeptos e gera mais dinheiro e interesse. Mas o clube não deve, não pode diferenciar de uma forma tão exagerada um desporto em desprimor dos outros, tal como aconteceu ao longo de toda a cerimónia com os videos que foram sendo exibidos. Lamento que o tenha feito desta vez.
- Ainda assim…tremi um bocadinho com o vídeo de Dublin. Porque estive lá, ao contrário de Viena, Tóquio, Sevilha e Gelsenkirchen. E por muito que digam que não foi um grande jogo, que os outros foram muito melhores, não quero saber. Se ainda não repararam, estou-me nas reais tintas para os que os outros pensam. Eu é que sei o que sinto. E Dublin foi um momento marcante na minha vida como Portista.
- Bonita a homenagem a Pôncio…mas preferia que tivesse tido menos pompa e mais sentimento. Valeu a menção de PdC.
- Pinto da Costa esteve, como sempre, bem. Correcto na dedicação dos troféus, adequado nos elogios, elegante no discurso.
- Villas-Boas esteve imperial e o público no Coliseu esteve impecável na saudação ao rapaz. Quem sabe estar e tomou chá sem ser de garfo desde que era pequeno, normalmente manifesta-o sempre nos momentos certos e fiquei muito satisfeito por vê-lo com a lágrima ao canto. Estou convencido que muitos não lhe perdoam a saída, mas aposto que houve muita malta que deixou um pouco do ódio de lado e aceitou o regresso de um dos homens que maiores alegrias me deu em toda a minha vida como Portista. Algum exagero na realização, que permanentemente se focava em André para qualquer tipo de plano, fosse ou não relacionado com a temporada 2011/2012, mas não me incomodou assim tanto. Gostei muito mais dos bons planos da Maria Cerqueira Gomes. A miúda é gira e bem disposta, sim senhor.
Nao vejo o porque de tanto anticorpo criado em torno da saida do AVB. Sempre que teve ao comando do Porto,fe-lo com profissionalismo, dedicacao, vontade. Quando saiu, saiu porque pagaram a clausula, se fosse um jogador, seria uma venda extraordinaria, como foi um treinador , foi o destruidor de uma epoca, de um sonho..( e nao vou aproveitar para “bater” no VP..).
Tive agora oportunidade de ler parte do discurso do AVB ontem , é um discurso sentido, genuino! Amor pelo Grande Porto nao se finge, sente-se!
Discurso :
“É sempre um regresso a casa e é sempre especial estar aqui. É uma honra receber este prémio em frente a tanta gente que conheço e é a primeira vez que estou nervoso publicamente.
Os verdadeiros paraísos são os paraísos que perdemos. Aqui vivem-se eternas memórias da paixão a um clube. O portista vive, é eterno, sofre, luta, exige, acumula e ganha. O portista é educado, aprende, é formado e torna-se melhor.
Pensei como chegámos ao sucesso na época passada e cheguei à conclusão que o portismo esteve sempre presente. Sentimento de emoção, revolta, desejo, ambição, união e empatia.
Quando surgia uma derrota: “Ninguém recuava, sonhávamos, acreditávamos sempre mais e seguíamos sempre convictos”, referindo-se depois ao título conquistado no Estádio da Luz: “Na catedral triunfámos. Encontrámos sempre o caminho certo”
Para uns conquistámos muito, para outros conquistámos pouco; para nós foi o suficiente e o esperado, porque queremos sempre mais e por isso ganhámos mais vezes e por isso somos recordistas.
Temos uma emoção transmitida pelo gesto, pelo olhar. O FC Porto é um baluarte unido rumo à vitória, exemplarmente liderado, com uma estrutura que é essencial. Há um esforço comum, todos dependem de todos
Receber um prémio individual num desporto coletivo é sempre algo injusto e ingrato, por isso partilho convosco.”
Por isso, AVB Um grande Obrigado! Para mim serás sempre um verdadeira Dragão!
Cara Carlota,
Antes de mais Obrigado por ter transcrito parte do discurso. Gostei de ler e acredito que seja sentido.
Mas não dá, lamento.
As vitórias, o futebol dominador, o 5-0 aos Lampiões, a reviravolta na Luz e até o seu genuíno portismo, não podem, a meu ver, desculpar tão facilmente a atitude que tomou.
Quando diz “Sempre que teve ao comando do Porto,fe-lo com profissionalismo, dedicação, vontade. Quando saiu, saiu porque pagaram a clausula”, não está a contar o filme todo e está até a omitir factos essenciais.
O AVB só cá esteve um ano (1!), disse que ficava no próximo ano, teve a tirada da cadeira de sonho (corolário do seu portismo), ganha 1 milhão de euros por ano e resolve, para ganhar 5 vez mais, abandonar o clube a duas semanas do início da época.
Desculpe mas não se faz. E o que eu acho, e ele não pode confessar, é que o próprio AVB sabe e sente isso. Se é um verdadeiro portista tem que sentir.
A Carlota se estivesse na posição dele faria o mesmo? Não me parece. Um milhão de euros por ano e a treinar o nosso Porto, abandonava assim o barco? Duvido. Eu seria incapaz.
Não menosprezado trabalho dele. Muito pelo contrário. Acho que teve um mérito enorme em todos os sucessos e a humildade e classe com que o conseguiu foram de enaltecer.
Estou certo que se ficasse apenas mais um ano, e mesmo sem ganhar a Champions, não haveria um portista decente que lhe levasse a mal. Seria apenas Obrigado e Boa Sorte.
Assim não. Não é um verdadeiro Dragão.
Cumprimentos,
PELIFE
Sinceramente do que mais gostei foi do presidente; os abraços que deu ao Libras foram verdadeiros e sentidos, e não circunstanciais. E, isso quer dizer muito. Que o Libras sempre terá amor ao porto já se sabia que seria assim: cá nasceu, cá se criou, cá sentiu o que “não é portista quem quer, só quem pode”, etc… Agora que o chefe lhe tenha perdoado a deserção é importante! Demonstra a sua grandeza como pessoa. Para os que tem feito dele o monstro da fruta e de todos os males cada vez bate menos a bota com a perdigota.
O Libras obviamente é um gentleman e por ser tanto assim é que pode ir-se embora e deixar-nos um pouco descalços (ou de sandálias)…
O VP foi super elegante ao levantar-se nos aplausos. (Espero que troquem ideias…)
Quanto ao resto, foi mesmo um sarau. E, faltaram as restantes taças como bem frizou. Mas foi bom.
esqueci-me de mencionar isso e foi das primeiras coisas que reparei. ficou-lhe bem aplaudir de pé a sua equipa!
Ah! A do prefácio nos próximos trinta anos, lembrou-me uma história com o Manoel de Oliveira: Há cerca de um ano, dois amigos dele octagenários ativos e com prestígio, sugeriram-lhe que quando chegassem ambos aos 100 que ele fizesse um filme de homenagem… ao que ele sem pestanejar disse imediatamente que sim…
Admiro André Villas-Boas como treinador, continuo a gostar que ele seja Portista, mas não me deixo ir no canto da sereia quanto à sua cantata. Não vou nas suas lágrimas de crocodilo. Para já, as frases com que ele adornou o seu discurso são do poema Aleluia, que Pedro Homem de Melo dedicou ao F. C. Porto na década de sessenta, do século XX (e não como parece que o jornal O Jogo afirma, pois tais versos nunca foram de Eugénio de Andrade, que nem gostava de desporto…) E não ficava nada mal ao V. B. referir a fonte… Bem como, se tudo fosse como ele agora quer deixar transparecer, nunca deveria ter tomado uma atitude tão à pressa e lesa-F. C. Porto… Mas, já diz o velho ditado, o F. C. Porto ama-se ou deixa-se.
No mais gostei do que vi da festa, tal como refiro em
http://longara.blogspot.com/2011/10/gala-dos-dragoes-de-ouro-numa-outra.html
Caro Armando Pinto,
Concordo e obrigado pela sua opinião nesta altura em que parece que se está a passar mensagem de que o AVB nada fez de mal.
Deixei a minha opinião num comentário anterior.
Cumprimentos,
PELIFE
Acho que foi uma festa bonita e muito digna. Gostei no geral de tudo o que foi dito e como foi dito. O Presidente esteve igual a si próprio, mas o que mais me impressionou foi a exposição de taças internacionais conquistadas que serviram de cenário.
De repente assaltou-me à imaginação a imagem de uma gala organizada pelos nossos rivais, com a tentativa de imitar o cenário: Só taças da liga…
um abraço
peço desculpa, mas há um lapsus linguae na redacção do post: não será André £ibras-Boas?
para mim e parafraseando um enorme portista dos quatro costados, «o Portismo não se apregoa; pratica-se».
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todos vós! ;)
Miguel | Tomo II
já sabes a minha opinião quanto ao assunto. se não altero os nomes dos árbitros e dos jogadores do Benfica para efeito cómico…muito menos o faria pelo nosso ex-mister. são opiniões, homem, cada um tem a sua.
abraço,
Jorge
Caro Jorge,
Já deixei a minha opinião sobre o tema AVB em resposta à Carlota.
Quero apenas dizer que também não achei bem o desprezar dos nossos outros campeões. Eu também é mais bola, mas torço e fico contente com todas as vitórias,
Eu, que não gosto de ciclismo, lembro-me, miúdo, de vibrar com o Manuel Zeferino ou com o Venceslau Fernandes. Aquele símbolo nas camisolas muda tudo. Nunca mais li uma linha nem vi um minuto do ciclismo nacional (e do outro pouco mais).
Abraço,
PELIFE
cada qual com a sua opinião, aceito a de todos! creio que tudo está na forma como vejo o futebol actual, inclusive o tão falado portismo. enfim, ilusões e desilusões :)
um abraço,
Jorge