Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 1 APOEL

Desde 2004 que vou religiosamente ao Dragão, depois de quase doze anos a fazer o mesmo no saudoso Estádio das Antas. Muitos jogos europeus me ficaram presos na mente para recordar rapidamente no intervalo de um café, como o bis de McCarthy contra o Man Utd, o 2-3 com o Artmedia ou os 4-1 à Lázio, os 3-2 ao Werder Bremen, o(s) 0-1 com o Panathinaikos ou o 2-1 ao Marselha com aquele golão do Tarik. Entre as dezenas de jogos europeus que já presenciei ao vivo, este entra directamente para a lista dos que não se esquecem. E pelos piores motivos, porque a exibição do FC Porto foi uma das piores que me lembro de ver desde há muito tempo. Foi má pelo resultado mas acima de tudo pelo futebol praticado e pelo ressurgimento daquele sentimento que me atravessava as veias nos tempos do Couceiro ou na última temporada de Fernando Santos e Jesualdo: assim não vamos lá. Foi tal a falta de fé que a meio do jogo, no meio de gritos aleatórios para este ou aquele jogador, só me colocava num imaginário banco portista, rodeado dos meus colegas e a pensar: “Mas como é que se dá a volta a isto?! O que raio se passa com eles?!”. Aqueles rapazes que hoje vi em campo, mais de noventa por cento da equipa que no ano passado me encantou, jogavam como se tivessem as mães raptadas e o adversário fosse o abdutor. Sem alma, sem empenho, sem coração. Com medo, com desnorte, com desalento. Fica o aviso: este vai ser um post longo. Vamos a isso:

 

(+) Hulk Deve ser difícil ver os colegas todos a temer ter a bola nos pés e a terem de recorrer ao rapaz da camisola 12 para resolver. E tem acontecido mais vezes do que deveria ser necessário, com Hulk a nunca fugir da luta. É frustrante, principalmente porque mesmo fazendo um jogo abaixo do que sabe e pode, Hulk é o melhor elemento da equipa. Porque tentou sempre, com remates de longe, cruzamentos ou arrancadas pela lateral, porque foi dos poucos que mesmo atrapalhado por gajos de laranja fluorescente (a sério, aquela côr devia ser proibida em camisolas de futebol e usada apenas por trabalhadores à noite na auto-estrada) tentou ir para a frente e descobrir uma forma de furar a defesa do APOEL. Se não fosse ele, mais ninguém o conseguiria. E Hulk, mesmo trapalhão, conseguiu um golo, com um paio do tamanho do falhanço do Chiotis, mas conseguiu. E compreendo a frustração dele por não ter conseguido mais.

(+) Fernando Apesar de ter saído mais cedo do que devia e ficar injustamente a ver Guarin a terminar o jogo, Fernando foi essencial para tapar o pouco que conseguiu dos ataques cínicos do APOEL. Quase sempre era o único homem a correr com a cabeça no sítio, usando o corpo para retirar a bola aos adversários e anulando várias jogadas pelo centro do terreno, especialmente em bolas pelo chão. Tentou algumas vezes arrastar jogo para a frente mas nunca o conseguiu porque insiste em enfiar-se na toca e ficar rodeado por adversários que, mais inteligentes a defender que ele a atacar, lhe tapam os espaços e o obrigam a recuar. Mas fez tudo o que podia para ajudar a equipa, o que hoje não foi nada mau.

(+) Adeptos do APOEL Eram aí uns três mil e cantavam como se fossem dez vezes mais. Fiquei impressionado pelo apoio permanente durante noventa minutos, com as cores fortes a inundarem o panorama sombrio de uma noite triste, e os sons que saíam das vozes e dos tambores bem sincronizados alegraram a festa, que só o foi para eles. Até o Poznan fizeram, seus demónios cipriotas! Ficam os meus parabéns e a homenagem ao que deve ser o apoio de uma claque nas deslocações da sua equipa, algo que as nossas também fazem mas sem o mesmo nível de sincronismo e perfeição. Estilos, cada qual tem o seu.

 

(-) Falta de empenho A primeira parte foi digna de Dario Argento. Os jogadores do FC Porto locomoviam-se com toda a intensidade de um nado morto, medo de tocar na bola mais que duas vezes e uma gritante incapacidade de gerar movimento e jogadas de ataque com estrutura e rotação de bola. O jogo de posse, como gostamos de dizer que aplicamos, assenta em dois pilares fundamentais: a posse e a procura incessante de linhas de passe para manter a posse. E o que hoje se viu foi uma equipa de matrecos humanos, em que a bola ressaltava de um para outro sem que houvesse movimentação lateral ou desmarcações para criar espaços ou para arrastar os marcadores directos. Não me vou focar num ou noutro jogador em particular porque o problema é colectivo e parece contagiar rapidamente todos os sectores. Se os defesas centrais, incapazes por natureza de criarem desiquilíbrios no ataque, se reduzem a trocar a bola lentamente enquanto a outra equipa se recoloca na posição certa, a jogada morre. Se os médios no centro do terreno ficam a observar a posição do adversário em vez de tentarem alterá-la, a jogada morre. Quando a bola chega ao extremo e não está lá o lateral ou o médio interior para lhe dar apoio, a jogada morre. E o que mais custa ver, para lá da falta de vontade de mudar o status quo, é o desinteresse. É o jogador que vê o adversário a chegar primeiro à bola com uma consistência granítica e recua porque já desistiu antes de tentar. É o defender um contra-ataque na lateral em vez de o fazer no centro para impedir remates. É ver bola atrás de bola a serem desperdiçadas porque o adversário empurrou ligeiramente o ombro e o corpo não resiste nem descobre força nem ânimo para ripostar. É tudo que fez do FC Porto o que é ser negado em noventa minutos de angústia. E é, perdoem-me o vernáculo, uma puta duma vergonha.

(-) Incompreensível ingenuidade competitiva Sou incapaz de perceber o que se passa a este nível. Seja o pontapé de bicicleta de Kleber, as hesitações de Moutinho ou o adornar excessivo de Otamendi, há qualquer tipo de vírus a afectar a confiança e a maturidade da equipa. Todo o jogo vi rapazes do APOEL a chegarem primeiro à bola e a recuperarem-na facilmente com um ou outro empurrão que faziam os jogadores do FC Porto desistir dos lances ao primeiro contacto. Quedas a mais, amarelos a mais e agressividade a menos, sinais evidentes que não se quer porque não se pode e não se consegue porque não se tenta conseguir. Houve um lance em particular que me deixou com vontade de comer uma caixa de Prozac: um jogador do APOEL está deitado na área, já para o final do jogo, não sei se caiu por falta ou se está a queimar tempo. A bola está na nossa posse e os jogadores vão rodando o esférico para a lateral até chegar a Varela. Os cipriotas, inteligentes, ratos, astutos e com a mentalidade de equipa pequena que ganha pontos, tiram a bola a Varela para dar um lançamento a nosso favor. Mal a bola sai, saem disparados também os mesmos laranjas a correr para o nosso Silvestre, a provocar, a picar, a empurrar e a pressionar. Típico, costumeiro, nada que nós próprios não façamos noutros jogos. E eu, na bancada, só pensava: “não se deixem cair no engodo, continuem a andar, não é nada convosco, não ripostem, não entrem no joguinho deles…”. Mas caímos. Varela tenta sair mas lá vem Belluschi e Sapunaru e Hulk, todos para o empurrão geral que só joga a favor de quem o cria, para perder tempo, para talvez conseguir um amarelo ou até um vermelho, se o outro jogador se enervar ainda mais. Nós, os anjinhos, aqueles ingénuos que ano passado ganharam a Europa League e o campeonato e deram cincazero ao Benfica, caíram como crianças por rebuçados com convites maldosos à porta da escola. Não esperava tanta ingenuidade.

(-) Vitor Pereira Já vi este filme a acontecer algumas vezes, inclusive no FC Porto (vide Fernando Santos e Ivic na segunda passagem). O treinador não consegue colocar a equipa a jogar bom futebol e vai criando uma atmosfera de desencanto na massa associativa ao ponto de a virar contra ele. Vitor Pereira está a caminhar rapidamente para esse abismo de onde é muito difícil sair, seja por arte própria ou por talento bem controlado. Hoje foi sintomático o que sucedeu na partida e é um bom exemplo do que pode vir a acontecer no futuro. A táctica original é adequada, com Fernando a tapar o meio-campo, James solto atrás de Kleber e Hulk a descair para uma das alas para dar profundidade ao ataque. Guarin com o corpo e Moutinho com a mente funcionam como harmónico no meio-campo e Álvaro desiquilibra no flanco quando James vai para o meio. No papel, tudo bem. No campo, nada. Automatismos e consolidação de métodos: zero. Capacidade moral de dar a volta a uma situação negativa: galheta. E depois, as substituições. Mais uma vez, no papel relativamente acertadas. Sai Fernando mas mantém-se um homem alto na frente da área (Guarín) que por acaso até sabe sair melhor com a bola controlada e entra um criativo. Abre-se o flanco com Varela para aproveitar o overlap de Álvaro. Mas tendo em conta o jogo que o público está a ver, nada disto faz sentido, porque Guarín está a jogar ao nível dos juvenis do Tourizense e o Álvaro não consegue avançar em velocidade porque neste momento não a tem. Moutinho continua num momento de forma atroz e fica em campo, juntamente com Guarín. A equipa, já de si nervosa, recebe dois elementos que nada trazem de novo para o jogo e os adeptos mostram a insatisfação. Vitor Pereira tem de perceber rapidamente que está a perder o apoio dos adeptos e que com isso traz pressão extra a uma equipa que ainda não consegue sair dela. Agora, cada vez mais, os jogadores sentem que têm de vencer para mostrar que estão vivos, mas o bloqueio mental e o medo de não o conseguir assolam-nos a cada pisada na relva. E o líder, do banco, pouco pode fazer durante o jogo. Antes e depois, talvez, mas enquanto a bola rola…está a afastar os adeptos.

 

Triste? Sim. Desanimado? Nunca. Porque é nestas alturas que é preciso dar um, dois, quinze murros na mesa e perceber o que se passa com a equipa ou com a sua liderança. O que vi hoje, o que todos os Portistas viram hoje foi uma imagem degradante de uma equipa que ainda há meia dúzia de meses caminhava orgulhosa e altiva pelos relvados da Europa. Os mesmos rapazes que viram hoje foram os que esmagaram o Benfica, destruíram o Villarreal, aniquilaram o Spartak e o CSKA e desfizeram o Guimarães (ordenei por impacto e importância). Perderam o mojo? Esqueceram-se de ter fé? Desistiram de acreditar nas suas próprias capacidades? Não creio. Não quero crer. É evidente que agora toda a gente virá com casos Walteres e Kleberes e porque é que se fez A e não se fez B e se optou por C em detrimento de D. “Hindsight is 20/20”, já dizem os amaricanos e muito bem. Mas lá que as coisas não vão bem lá isso é verdade, e quanto mais cedo se descobrir o que é que se pode fazer para mudar o rumo, tanto melhor. Estarei cá nessa altura.

19 comentários

  1. À falta de liderança do treinador temos a falta de empenho dos jogadores, talvez à espera que alguém se lembre de despedir o treinador…

    E agora pergunto, têm algum jeito aquela equipa técnica? O gajo de bigode é o típico treinador dos anos 80, tenho quase a certeza que deve ir para o balneário com alhos e santos e mais não sei o quê! O Semedo fez o quê depois de abandonar o futebol?

    Aggghhhhh!!!!!!!

  2. Ai…

    Onde andas Porto?

    Continuamos com todas as hipóteses de passar,e até em primeiro.Ocupamos o primeiro posto no campeonato e continuamos na Taça(mau era também) mas a seguirmos assim o cenário vai ficar,realmente,negro e perigosamente perto do “é tarde demais”.

    Vitor Pereira não motiva,espicaça ou entusiasma,nem tão pouco consegue serenar os ânimos quando as coisas correm menos bem.
    Por muito que até possa saber pôr todo o plano no papel,a partir do banco faz tudo mal,quando faz alguma coisa.E é aqui a diferença entre um pensador táctico e um treinador de verdade.Se calhar era por ter o André ao lado que o trabalho do Vitor era de valor.

    Mais do que velocidade,precisão de passe,frescura física,não se vê alegria,vontade,paixão.Um vazio de alma assustador de uma equipa que parece não saber o sentido de nada.

    De tácticas e substituições nem falo,pois não há táctica infalível que resista à falta de empenho e confiança.

    É nos momentos difíceis que sê vê o estofo,não nas séries de vitórias onde tudo parece sair bem.É quando tudo sai mal que se vê se o estofo e alma de campeão estão lá.E,ao que parece,esta equipa de campeã só tem o escudo na camisola,infelizmente.

    Murro na mesa enquanto há tempo.

  3. Boas Jorge,

    Sinceramente e por muito que me custe dizer isto, acho que com este treinador as coisas já não vão lá. Tirando o jogo com o Pero Manso, que era bater em mortos, já o resultado do jogo com a Académica não traduziu o que se passou em campo, serviu apenas para sacudir alguma água do capote.

    Infelizmente acho que este ano já não ganhamos mais nada. Não há alegria a jogar, o Hulk grita com os companheiros para soltarem a bola rápido, o VP faz substituições e os jogadores ficam uns a olhar para os outros a tentar perceber o que ele quer e ainda INDISCIPLINA NO CAMPO! Uma equipa como a nossa não pode levar amarelos como levou ontem. Por muito mau que o arbitro seja, não pode!

    De resto boa analise. Estou triste e desiludido.

    Abraço,
    João

  4. Ele que va buscar o pedro emanuel e volte a por este como adjunto uma vez que despedir este custa 18 milhoes de euros…. nem parece do pinto da costa…. por orgulho e para nao ficar mal na fotografia afunda a equipa…..

  5. Exibição cinzenta e preocupante, a dar a ideia que a equipa passa realmente por um momento periclitante. A defesa continua a dar brindes. Otamendi entregou de bandeja o ouro ao bandido, mas Helton resolveu. Os laterais estiveram lentos e complicados. O meio campo esteve muito apagado com Moutinho e sobretudo Guarín em claro sub-rendimento. Na frente, Kléber esteve activo mas infeliz no remate e James muitos furos abaixo das expectativas. Também Vítor Pereira não esteve feliz a mexer na equipa. Se as entradas de Silvestre Varela, Belluschi e Defour foram bem observadas, embora com algum atraso, já a saída de Fernando me pareceu desastrada. Creio que seria mais plausível a saída de Guarín.

    Enfim, mais um passo em falso que não ajuda em nada a auto-confiança necessária para voltar às exibições à Porto.

    Um abraço

  6. está a ser uma jornada de trabalho difícil: os lampiões com quem partilho o mesmo espaço não páram de mandar bocas. Estão com um papo enorme, maior do que o ego que têm.
    Até já respondi a um que “as galinhas fazem peito mas também levam no cú”. Não adiantou. Respondeu-me que no rego levámos nós, frente ao Zenit. Tive que enfiar a boca (e devagarinho, para não magoar ainda mais)…

    Este Vítor Pereira é um cromo, é o que é. Como adjunto até pode ser (ou tere sido) bom; como treinador principal do FCP está a prazo.
    Seria preferível a sua substituição para já do que aguardar por melhores dias…

    Abraço
    SdF

  7. Bom dia,

    Ontem foi uma tremenda desilusão.

    Fomos uma equipa apática, sem ambição e sem fio de jogo.

    Só Hulk remou contra a maré.

    Podíamos ter mesmo perdido a partida. O Apoel dispôs de duas excelentes oportunidades nos minutos finais.

    Vítor Pereira esteve uma vez mais muito mal na preparação do jogo e nas mexidas.
    Não é treinador para o Porto e há que mudar enquanto não temos tudo perdido.

    Vítor Pereira foi infeliz na análise final ao jogo, defendendo-se com a suposta qualidade do adversário. Senhor VP o FC Porto tem a obrigação de levar de vencida esta modesta equipa do Apoel, não venha com tretas.

    Os adeptos não mereciam este empate, pelo que foram justíssimos os apupos à equipa e treinador.

    As contas da champions complicam-se e obrigam nos a vencer os restantes jogos.

    Abraço e boa semana

    Paulo

    pronunciadodragao.blogspot.com

  8. Porque é que insistem em falar do “treinador” Vítor Pereira? Que eu tenha visto esta época o Pinto da Costa ainda não contratou treinador nenhum e estamos com um treinador interino, a ser geridos pelo adjunto desde a saída do Libras Boas. Qualquer pessoa que tenha visto um dos últimos 6 jogos do FCP (excepção seja feita ao treino com uma equipa de 4ª divisão), já percebeu que este é um treinador adjunto que virou treinador interino até chegar um a 100%.

  9. Jorge,

    Desde o primeiro dia, vi que este VP não é treinador, olha-se para ele e dá logo nas vistas…

    Pena que no ano que o FCP tem o maior orçamento de sempre (sim e isso preocupa-me) não temos um homem na frente capaz…
    e lá se vai a oportunidade…

    Já disse por aqui que este ano não ia ao Dragão enquanto esse tal de VP estivesse por lá, dou o meu tempo melhor empregue ! Pelos vistos não me enganei ….

  10. Foi daqueles dias difíceis em que não consegui ver o jogo, e ia sabendo o resultado…pelo que li em várias crónicas foi mau de mais. Li depois o que disse o Moutinho, que as coisas não lhe estão a sair bem…- Voltei outra vez a pensar que talvez as equipas Mou/Libras deêm de mais de si, e depois venha uma grande ressaca…- Nada disto quer dizer que o VP não tenha que provavelmente ir mostrar serviço para outro lado, mas as coisas nunca são sempre tão fáceis e tão evidentes como alguns adeptos sentem…- O mais engraçado é que tirando o Walter que não podia jogar, eu teria entrado com jogadores que jogaram para a taça…tal teria sido com Mangala, com Belluschi, com Varela…Por nada, pela vontade que têm de jogar. E, o Moutinho que esteve mal na seleção, iria entrar só no segundo tempo… Mas, claro que eu não tenho contrato como treinador; posso me dar ao luxo de pensar maluquês…

    Mas, viva o Porto!

    – Sugus da fruta, se ainda vamos na frente e não aguentas uns comments vindos do galinheiro, não poderias ter vivido no meu tempo!… Sorri-te, meu, com um grande sorriso irónico, e pergunta-lhes quantos títulos em futebol e modalidades ganharam eles no ano passado, e quando foi a última vez que ganharam no hóquei, etc, etc… ou então, simplesmente diz-lhes: vocês 3 aí formem um quadrado!

  11. Boas, Jorge.

    Relativamente à tua análise, concordo quase na totalidade, apenas porque o Vitinho, para mim, só dos familiares e amigos é que ainda não perdeu o apoio. Está numa numa situação ingrata, ou seja, o ano passado foi o Libras a comandar a equipa – um predestinado como o gajo de Setúbal, ou o Pep – e substituir um treinador assim não deve ser nada fácil, passar do 80 para algo inferior é sempre complicado. O problema é que ninguém esperava que se passasse do 80 para o 8: o plantel é excelente e praticamente o mesmo da época transacta, um investimento brutal com renovações e compra de mais alguns jogadores e….para já, apenas os serviços mínimos.

    Depois de ler “OJOGO” de hoje, as declarações dos jogadores (principalmente o Helton) e tudo mais, parece que eles próprios não acreditam muito na dupla Vitinho+Bigodes…É clara a falta de liderança.

    Pessoalmente, tenho pena de verificar que o Vitinho não tem “cabedal” para o nosso clube, que também é o dele…era excelente que isto desse certo…mas não me parece.

    Para concluir, depois dos comunicados das virgens do Standard por causa do pagamento do Defour e Mangala, da situação económica que se vive e vai continuar a viver, afectando naturalmente também o futebol, a “guita” que podíamos sacar da Champions era ouro! mas para já só sacamos cobre…e parece faltar pouco para acabar.

  12. Só espero um milagre para iluminar este treinador senão vai ser uma epoca desgraçada,eu que até era defensor dele ontem mudei de ideias,ainda tive alguma esperança com a paragem do campeonato,mas afinal voltou tudo na mesma,ontem fiquei gelado no dragão com aquela exibição como nos anos 60/70,parecia o porto do herman stessl ou do Tomy doc,enfim como dizia no principio pode ser que alguma luz o ilumine e isto mude ou então aconteça o que aconteceu ao Quinito,era boa pessoa mas foi embora,já agora o platini que apitou esteve à altura do porto,muito mal.Para terminar espero que no domingo o homem não invente contra o nacional e ponha a equipa a jogar.PORTO SEMPRE!

  13. Eu daria um grande Baroni ao publico do Dragao: ou estavam calados ou assobiavam. Quando a equipa esta intranquila e os jogadores nao encontram espaco e tempo para jogar o publico deveria apoiar. Ainda ha pouco tempo vi uma equipa inglesa qualquer a levar cinco do Manchester United em casa e o publico nao se calou ate ao fim. O Liverpool estava a levar 3 do Milan ao intervalo e os adeptos deram o tom para a reviravolta. No Dragao ao primeiro sinal de problemas os adeptos sao os primeiros a pegar nas pas e comecarem a cavar. Se alguma coisa me da a volta ao estomago e esta atitude dos adeptos.
    Tambem acho que o Otamendi mereceria um Baroni.
    O Fernando errou no lance do golo. Deveria ter controlado o lance em vez de tentar o desarme (?) ja que tinha as zonas das costas desprotegida e a area para a qual o Ailton progredia estava controlada.
    O Hulk e pouco inteligente e tem grandes lacunas em termos de decisao. Na primeira parte deu ma sequencia a praticamente todas as jogadas em que tomou parte. De vez em quando poderia optar pelo cruzamento simples para um jogador sem marcacao. Em termos de remates, fugiu muito bem em dois ou tres lances e atirou bobas que se tivessem ido a baliza dariam golo, mas nao foram e em alguns desses lances os remates foram feitos sem pressao. Nao lhe daria Um Baia.
    Quem merece um Baia e o Kleber. Esse e que lutou, deu muito boa sequencia as poucas bolas que lhe foram colocadas com condicoes e ainda lutou para ganhar outras. Entretanto, houve situacoes em que estava bem colocado e tanto o Hulk como mesmo o James optaram (mal) e nao o serviram.
    Ha jogadores que nao estam em forma e que estao a emperrar a maquina, tambem e preciso dar credito ao Apoel que estuda muito bem os adversarios, cobre os espacos muito bem e os jogadores, que nao sao pecos nenhums, aproveitam os espacos para atacarem sem sofreguidao mantendo o controlo do jogo em todas as suas fases.
    O VP mexeu bem na equipa que no fim da segunda parte ainda conseguiu criar algumas oportunidades de jogo e so nao criou mais por alguma inepcia de alguns jogadores.

  14. concordo com o ultimo jorge… publico do dragao -1 – adeptos do apoel 10
    enfim aprendam a apoiar em vez de assobiar pode ser que alguma coisa mude… quanto ao jogo em si otamendi moutinho james rodriguez e alvaro pereira estiveram no seu pior.
    guarin foi o unico que tentou remar contra a mare no meio daquele caos…
    baia ao fernando? quando as oportunidades do apoel foram todas pelo meio do terreno não me parece muito bem.
    um grande baia ao hulk coitado para alem de levar com a equipa adversaria toda em cima ainda tem que levar os nossos outros 10 ás costas.
    !carrega incrivel

  15. È preciso ter agressividade e intensidade de jogo, não sei se o problema é como aqui foi aventado fisico, a mim parece-me mais de origem mental, são praticamente os mesmos jogadores da época passada, mas a agressividade, neste caso a falta dela, a intensidade de jogo, a solidariedade não estão lá, com essa falta perde-se a confiança e depois nada corre bem.
    Durante o jogo dei por mim a recordar o saudoso Sir Bobby Robson com aquela sua expressão “passe precise” porque foi incrivel a quantidade de maus passes e más opções tomadas ao longo da partida.
    Não querendo armar em treinador de bancada, acho que a diferença principal do ano anterior para este, não está nos conceitos tacticos, no planeamento dos jogos ou no escalonamento da equipa, está sim na capacidade de entrar dentro da cabeça dos jogadores, na gestão humana e motivacional que é preciso fazer, no fazer despertar aquele “click” que faz todos darem sempre mais um pouco de si, que faz acreditar que é possivel.
    Espero que rapidamente consigamos inverter esta curva descendente.

  16. Ontem saí do estádio do dragão verdadeiramente desanimada. Furiosa até. Com tudo, desde os jogadores incapazes de dar um passo em frente em direcção à bola, passando pelo treinador que não acertava nas substituições, e chegando até ao público que não apoiava a equipa e, pelo contrário, assobiava. Que no fim do jogo assobiem, percebo e respeito até, não o faço, mas realmente ontem foi de bradar aos céus, o porto não produziu nada! Agora que andem para aí a dizer, como já ouvi muitos fazerem, que jogadores que o ano passado eram os maiores, agora deviam era ser vendidos, e não prestam para nada, tenham paciência! A equipa está mal, sim, e não se percebe, visto que, do ano passado para este apenas o treinador e o ponta de lança mudaram. Mas peço uma coisa aos portistas: não comecem a disparatar e assobiar por todos os lados, porque não é assim que vamos melhorar!

    Jorge, parabéns pelo blogue, é a primeira vez que comento mas já o sigo há alguns meses, e concordo na maioria dos casos com a sua opinião.

    Uma portista para toda a vida!

    1. exactamente, Joana. é essa atitude que temos de manter durante os jogos, a de apoiar sempre apoiar a equipa, nos bons e maus momentos.

      ah, e obrigado pela opinião sobre o blog! :)

      Jorge

  17. Estou com aqueles que dizem que despedir o treinador neste momento não resolverá nada, muito provavelmente terá o efeito contrario.
    Isto sem sequer pensar na indemnização que será devida nessa altura…

    Penso que está na altura de dar lugar a figuras secundárias – Walter, Souza, Defour, Alex Sandro e até Mangala. Dois ou três e jogos e depois tentar reintegrar a primeira linha…
    Mas confio na experiência e mestria do nosso timoneiro, por isso a preocupação não passa o ligeiro desconforto.

    Mais uma vez, parabéns pelo blog, já quase um “pin site” do meu mozilla!
    Um abraço

Deixar uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.