Depois de terminada a competição, com geniais toques de classe da RTP (com separadores durante o intervalo da final a anunciar…a final, depois de passarem um pano por toda a primeira fase e aparecer como a cavalaria americana, salvando a pátria e batendo no peito à grandes patriotas que dizem ser), aqui está um resumo do que consegui perceber do valor dos nossos jogadores para o futuro:
- Juan Iturbe (Argentina)
Quase sempre inconstante nas exibições, mostrou talento nos primeiros minutos depois de entrar em campo (era normal começar o jogo no banco) com arrancadas muito rápidas e em drible largo e contínuo, e parece ser um rapaz que gosta de jogar solto e sem amarras. Não é alto mas tem boa capacidade de choque, não é forte mas tem remate fácil e prático, se bem que não estou a ver como é que pode entrar directamente na equipa do FC Porto. O talento está lá e percebe-se que pode ser muito útil especialmente em lances de contra-ataque ou em jogos onde a equipa tenha de defender mais atrás. Uma frente de ataque com dois jogadores formada por Hulk e Iturbe (talvez com James a jogar no meio atrás deles) seria um terror para uma linha defensiva alta e lenta. Alemães, portanto.
- James Rodríguez (Colômbia)
Esteve quase sempre em bom plano, jogando como número 10 puro, sempre à procura de jogo e bem ajudado pelos outros médios de contenção da Colômbia, que procuravam sempre tapar os buracos que invariavelmente deixava quando saía com a bola controlada e pronto para fornecer Muriel, o (excelente) ponta-de-lança. Marcou alguns golos de penalty e foi um dos jogadores em maior evidência na construção ofensiva da equipa, o que acaba por mostrar que quando voltar talvez não se sinta tão bem a jogar na ala como aconteceu na larga maioria dos jogos em 2010/2011. Fez parte da lista dos melhores jogadores do torneio, com todo o mérito.
- Alex Sandro (Brasil)
Lixou-se logo no primeiro jogo porque depois de uma corrida mais puxada acabou por sair antes da meia-hora e agravou a lesão que já tinha levado do Santos. Voltou à Invicta (e ao Twitter, raios te partam homem tu gostas mesmo daquilo!) e está a recuperar para ser opção para Vítor Pereira. Não consegui perceber o que vale.
- Danilo (Brasil)
Se alguma conclusão podemos tirar do que fez neste Mundial, é a de que não é certamente uma boa opção para lateral-direito. Apesar de ter a vontade ofensiva de um Bosingwa, dá a segurança defensiva de um Sonkaya, o que como devem perceber, é insuficiente quando comparado com os outros defesas direitos que temos no plantel. É verdade que já afirmou que não é lá que quer jogar e prefere jogar ao meio, o que é sinal que a adaptação não lhe agrada e definitivamente não correu muito bem. Devo dizer que fiquei decepcionado com Danilo, porque apesar de ser campeão do Mundo e de não ter culpa nenhuma do rótulo dos treze milhões que levou em cima, a verdade é que estava à espera de muito mais. Vi um jogador muito distraído e exageradamente descontraído, com imensos passes falhados e alguma inconsistência exibicional. É novo, claro, tem 20 anos e por isso parece-me que tem muito que trabalhar e aprender até poder ser titular no FC Porto.
- Tiago Ferreira (Portugal)
Uma surpresa, admito. Olhar para ele é como ver um David Luíz com o cabelo mais escuro, mas consegui ultrapassar a natural dificuldade de entender o que raio faria o homem a jogar pela Selecção Sub-20 de Portugal e abstraindo-me do visual, reparei que o rapaz tem jeito. Rápido na marcação, sempre prático e simples na gestão dos lances, é um valor a ter em conta para o futuro. Como é um central do FC Porto, naturalmente há esperança que entre para o plantel daqui a uns anos…ou então vai andar como o André Pinto alguns anos a passear pelo Algarve.
- Sérgio Oliveira (Portugal)
É complicado perceber se o talento que tem vai resultar nalguma coisa, mas estou certo que só depende dele. Parece que desanima depois de cada lance perdido, de cada bola dividida que não consegue recuperar, e vai-se abaixo. Exagerado na forma como simula faltas e o ritmo lento que impõe ao jogo não beneficiou muito a equipa, apesar de alguns bons pormenores exibidos quando avança de bola presa ao pé, mas dá sempre a ideia que vai perdê-la rapidamente quando começa um lance ofensivo. Mas o que mais me incomoda em Sérgio é reparar que tem talento e que está a desperdiçá-lo em lances inconsequentes. Tem de melhorar no ritmo de jogo mas acima de tudo tem de melhorar muito “aqui” (estou a apontar com os indicadores para as fontes).
Portugal não conseguiu vencer. Parabéns, rapazes, deram tudo o que tinham. Não chegou, foi pena.
Realmente fiquei muito desapontado com o que vi do Danilo neste mundial. Estou para ver se vai jogar a extremo ou vamos adaptar a táctica para o meter a médio, porque a lateral não me parece.
O problema do Sérgio Oliveira é segurar a bola demasiado. A verdade é que a selecção demorava horas a subir, contra-ataques eram o Nelson Oliveira sozinho, mas o Sérgio ficava demasiado tempo com a bola nos pés e acabava no meio de 3 jogadores adversários. Mas tem talento, e com esforço pode vir a ser um craque.
Para além do Tiago Ferreira, fiquei impressionado com o Nuno Reis e o Cedric na defesa. Perdi conta do número de cortes que o Nuno Reis fazia por jogo, sempre a antecipar-se ao atacante. Já o Cedric tem um posicionamento fantástico, não me lembro de o ver fazer um erro. Secou completamente os extremos do lado dele, qual sombra. Não subiu muito, mas quando o fez foi com perigo e nunca se excedeu. Se não tivesse saído lesionado, acho que a história era outra, já que foi pelo Dudu que o Brasil criou sempre perigo. Não sei como o Sporting não aproveita mais este gajo.
não disse mas devia ter dito no post: o Nuno Reis é um jogador para ser titular no Sporting actual. vejo ali um futuro Jorge Costa (antes da falta de pernas fazer com que usasse e abusasse das gravatas) e o rapaz tem muito futuro. concordo com o Cedric também. mas quando tens um colosso como o João Pereira à frente dele… não percebo.
um abraço,
Jorge
O Sérgio Oliveira a continuar assim não demora muito a parar no Arrifanense.
Jogador estúpido mesmo, só remates do meio da rua e perdas de bola.