Esta temporada, com a saída de Bruno Alves, o FC Porto atravessa uma fase de adaptação a uma nova realidade: a falta de um patrão na defesa. Desde que me lembro, uma das grandes forças do clube foi a dupla de centrais, sempre com um patrão e um subalterno, um mestre e um aprendiz, independentemente das suas características físicas. Já desde o tempo de Fernando Couto e Aloísio ou até Aloísio e José Carlos no meio dos anos 90, passando para Aloísio e Jorge Costa mais para o final dessa década, transformando-se em Jorge Costa e Jorge Andrade no arranque do século, evoluindo para Jorge Costa e Ricardo Carvalho nos Annus Mourinhus. Com o Co não vale a pena analisar, já que jogava um central (habitualmente Pepe) e Pedro Emanuel muitas vezes pela esquerda (ui. ui mesmo.), mas tudo normalizou com Jesualdo, que usando Pepe+Pedro Emanuel, Bruno Alves+Pedro Emanuel e Bruno Alves+Rolando, acabou por traçar uma recta descendente na solidez defensiva que era imagem de marca no nosso clube.
Este ano e excluindo as experiências tradicionais, apesar do excelente registo nas provas nacionais (dois golos sofridos em sete jogos, uma média de 0,29 por jogo sendo que ambos os golos foram sofridos no mesmo jogo) e simpático na Liga Europa (2 golos sofridos em 4 jogos, não é mau mas é pior, com 0,5 golos sofridos por jogo), é notório que Villas-Boas ainda não terá encontrado a melhor dupla possível. Não que tenha pecado por falta de experiência, como se pode ver pelo quadro abaixo, mas quem tem acompanhado a evolução da equipa pode ver que ainda não estamos lá. Parece ainda faltar entrosamento, o que é natural para alguns recém-chegados como Otamendi e Sereno, mas a baixa de forma de Rolando começou a preocupar os adeptos nos últimos tempos.
Com a chegada de Otamendi, as coisas podem mudar. Já ontem, frente ao CSKA, se viu a versatilidade do argentino que pode jogar em qualquer posição na zona central da defesa (jogou do lado esquerdo contra o Olhanense, ao lado de Rolando e do lado direito contra os búlgaros, emparelhado com Maicon). Ainda lhe falta muito jogo, muitos minutos nas pernas até poder ter uma opinião que não seja apenas uma bojarda do tipo “joga muito” ou “não vale nada”. Quando chegou cá o Argel também disse que o gajo me parecia um excelente central e depois foi o que se viu. Ingenuidade da juventude, esqueçam lá isso.
Gostei da aposta no Nico, e Maicon deverá ter perdido a esperança de ser a revelação da temporada azul-e-branca (por agora) porque o jogo que fez em Sófia fez-me ter saudades do Matias. Rolando e Otamendi para Guimarães, é a minha aposta. Se funcionar…não tens que agradecer, André!