Deco

Numa semana que a nível futebolístico nacional se está a reger quase exclusivamente pela eliminatória da Liga Europa, estando quase olvidada a final da Taça da Liga do próximo Domingo, viro-me para a notícia de que Deco quer regressar ao Brasil, terra-natal, no final da temporada.

Em entrevista dada à Globo, no programa Esporte Espectacular (que tem um nome…espectacular), Deco afirma que não pretende cumprir o contrato até ao fim no Chelsea e que optaria por regressar para jogar no Corinthians, o seu clube de sempre. Em Portugal, lusa terra de orgulhos feridos a pedido, logo se levantou um chorrilho de insultos, que nunca serviu para a selecção ou que, oh pecado dos pecados, iria favorecer o Brasil em detrimento das cores portuguesas.

Deco sempre foi um profissional que deu o corpo às balas pelo FC Porto e pela Selecção (alguém se esquece do Portugal vs Inglaterra no Euro’2004, com Deco a jogar a defesa-direito depois de sair Miguel?!), pecando muitas vezes por ser honesto demais em alturas quando não devia sê-lo. Parece-me lógico que um homem que tenha nascido no Brasil queira lá voltar, e só a nossa lauta arrogância levaria a pensar que o menino teria obrigatoriamente de querer ficar cá até ao fim da vida, comprando um monte perto de Monsaraz e montando um snack-bar para vender o belo Favaíto e melões bem bons da época.

É só ler alguns dos comentários parvos no Record (aqui), a crónica do Manuel Queiroz na RTP (aqui) ou a do Nuno Farinha também no Record (aqui) para se perceber que as pessoas puxam do nacionalismo bacoco quando não gostam de alguém. Critiquem o timing, critiquem a opção, mas não critiquem o homem!

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