(foto retirada do MaisFutebol)
Este era mais um jogo que era aguardado com grande expectativa, depois de uma semana terrível nas hostes portistas. Acabou por ser mais do mesmo, só que desta vez vencemos, uma vitória que apareceu quando já não havia grande esperança, pelo pé esquerdo de Cristián Rodríguez, ele que foi provavelmente o melhor em campo. Continuam as falhas técnicas, continua o jogo pouco imaginativo e aos repelões, continua uma instabilidade terrível na organização defensiva e acima de tudo na criação de jogadas de ataque. Valham os três pontos! Notas abaixo:
BAÍAS
(+) Rodríguez. Já fazia falta o Cebola de ano passado, lutador e a carregar a equipa para a frente com força e alguma cabeça. Foi guerreiro desde o arranque e acabou por ver o esforço compensado com um golo que dá três importantes pontos. Ao longo de todo o jogo andou a lixar a cabeça aos laterais, principalmente pelo lado esquerdo. Admito que sou fã do rapaz e tinha muita pena que estivesse tanto tempo lesionado, até porque acho que é um elemento importante no ataque portista e fez muita falta. Quem dera que esteja sempre feliz como hoje…
(+) Belluschi. Teve alguma clarividência num meio-campo onde Ruben esteve fraco e a notar-se muita fadiga nas pernas do madeirense. Belluschi, provavelmente por ter jogado menos minutos, parece mais fresco e acabou por ser um dos jogadores mais perigosos da equipa do FC Porto. Acertou passes que costuma falhar e pressionou zonas que tem por hábito esquecer, para além de vários remates à entrada da área que causaram relativo perigo.
(+) Miguel Lopes. Com o castigo/sabática forçada que Fucile está a cumprir, Miguel Lopes fez o possível para agarrar o lugar e saiu-se bem. Muito mais atento do que no jogo contra o Olhanense, esteve bem defensivamente e apoiou o ataque (particularmente Varela) sempre que foi possível. Não tem a fibra de Fucile nem tão pouco a sua capacidade técnica, mas pareceu querer mostrar que é uma segunda opção que pode ser utilizada sem problemas de maior. É preciso confirmar o crescendo de forma.
(+) Beto. Esteve seguro durante todo o jogo, agarrando bolas com firmeza, saindo bem aos cruzamentos e até fora da área, onde parece gostar imenso de jogar. Com Helton lesionado e Nuno a ser o habitual escolhido para a Taça da Liga, Beto parece ser opção apenas para a Taça de Portugal, o que não torna fácil ganhar muitos minutos por isso tem de aproveitar todas as oportunidades. Hoje, ao contrário do que aconteceu noutras alturas, saiu-se bem.
BARONIS
(-) Bruno Alves. Hesitei antes de dar uma nota negativa a Bruno Alves, mas decidi fazê-lo de qualquer forma. Apesar do golo que marcou e que nos recolocou no jogo depois de um penalty por si cometido e que será no mínimo um pouco forçado, o que mais entristece é a forma como Bruno Alves se tem vindo a comportar durante os jogos na qualidade de capitão de equipa. Bruno Alves reclama com árbitros com uma atitude quase intimidatória e excessivamente agressiva; age impulsivamente e sempre com nervos em franja perante os adversários, arriscando inúmeros cartões vermelhos com pequenas quezílias que um dia destes, quando os árbitros perderem o medo, lhe vão mostrar; está a facilitar em demasia em zonas defensivas, raramente pressionando o avançado que lhe aparece na frente (lembram-se do Bruno Alves a fazer um carrinho em algum jogo este ano?) e acabando por fazer faltas em áreas recuadas que levam perigo para a própria baliza. Bruno parece instável e nervoso, e essas são qualidades que num capitão de equipa se acabam por transmitir para o resto dos jogadores.
(-) Azar de Mariano. Nada directamente contra o argentino desta vez, apenas contra a lesão que lhe pode ter custado o resto da temporada. Pode ser uma sorte disfarçada para o resto da equipa, já que se sabe a influência infeliz que Mariano muitas vezes tem no fluxo de jogo ofensivo…mas nesta altura, com Orlando lesionado, Farías amuado (segundo “O Jogo“, algo que a SAD veio desmentir em comunicado) e Hulk castigado, é uma limitação ainda maior ao nosso ataque-esqueleto.
(-) João Capela. Lá pelo Olegário ir ao Mundial, quer dizer que todos os árbitros têm de começar a apitar como ele?! Sempre que alguém ia ao chão era falta, quer fosse portista ou academista, era uma parvoíce de quedas e atiranços para o chão, sempre com o proverbial assobio estridente do senhor de vermelho fluorescente. É com árbitros destes que queremos evoluir o nosso futebol?!…
Ganhámos um jogo que tanto podia dar vitória do FC Porto como um empate, o que seria merecido dada a pouca acuidade ofensiva da nossa equipa e a boa organização defensiva da Académica. Ainda assim, três pontos são três pontos e nesta altura tudo o que vier à rede é sável…
Ainda há carácter…
Acho que nenhum portista esperava que, como por encanto ou por magia e depois do passado recente de tantas desilusões e frustrações que deixam marcas profundas, em que disse adeus aos seus dois principais objectivos, a equipa azul e branca deslumbrasse, arrancasse uma exibição do outro mundo e ganhasse à vontade em Coimbra. Não, não acredito, mas acho que todos os Dragões esperavam, exigiam, melhor dizendo, que os profissionais portistas reagissem, lutassem, tivessem atitude e mostrassem que ainda têm carácter, para que o resto da época não fosse uma triste e penosa caminhada, sabe-se lá com que consequências. Ontem, frente a uma Académica difícil, o conjunto de Jesualdo jogou mal, às vezes muito mal, esteve trapalhão, intranquilo, sem confiança, mas trabalhou, lutou, acreditou, virou o resultado e ganhou. Quando é assim, nada a dizer e nas actuais circunstâncias, apenas desejar que esta vitória arrancada a ferros, ajude a recuperar alguma auto-estima, a dar moral moral e fazer acreditar que ainda podemos fazer uma parte final de temporada mais de acordo com os pergaminhos de um Tetracampeão.
Um abraço
Então e um (–) para o Rolando, não?
Será que ele ainda consegue piorar a sua exibição no próximo jogo?
É que analisando os últimos jogos (incluindo selecção nacional) este rapaz só piora… onde está o Rolando da época passada?
Também se podia perguntar o mesmo do Bruno Alves, mas depois do que já se viu o Bruno fazer em anos anteriores, a tristeza é muito grande para comentar seja o que for…
Desta equipa pode-se esperar tudo ou nada, razão pela qual sigo as partidas na maior das expectativas.
Não é fácil assistir a tanta asneirada, daquelas que já nem a amadores toleramos.
A equipa respira muita intranquilidade, falta de confiança e algum desgaste físico e anímico, de que resultam muitos passes falhados, muitas entregas de bola ao adversário, muita atrapalhação, pouco discernimento para definir jogadas de ataque e muito menos para rematar com serenidade e eficácia.
Ontem quase tudo saiu mal. Costuma-se dizer que quando a vida corre mal até os cães nos mijam nas pernas.
Pois ontem o cão foi o Capela ao assinalar aquela grande penalidade muito duvidosa. Aliás se aquele toque é penalty estão-nos a dever 50.000!
Temo que este final de época se transforme num suplício.
Um abraço