Estive em Lisboa na 5ª e 6ª feira (fui ver o concerto do Leonard Cohen e só vi o jogo contra o Aston Villa em diferido) e tive de apanhar um táxi para me colocar mais depressa na Gare do Oriente para apanhar o kimbóio. A dada altura, estávamos a dar duas de treta sobre futebol, o taxista pergunta-me: “Olhe, sabe quem morreu? O Robson! Ele chegou a ser vosso treinador, não foi?”. Estava muito bem disposto até esse momento, e fiquei de ombros caídos. Já sabia da doença que o estava a matar aos poucos, e como sou fã do Newcastle há muitos anos (mais uma história que um destes dias conto), tenho um ainda maior apreço pelo indivíduo.
Fiz-me sócio do FC Porto em 1992 (ver aqui a evolução) e quando Robson chegou, tornei-me um fã incondicional do inglês. Lembro-me de jogos em que ele punha a equipa a treinar no fim do jogo, em frente aos adeptos todos, só porque achava que não tinham corrido o suficiente. As expressões robsonizadas (o pass precise, o cento e vinte percent e o killer instinct, entre muitas outras) enchiam-me de gosto pelo futebol, não tanto pelo clube mas pela atitude e pelo espírito daquele grande homem do futebol mundial.
Teve os seus bons e maus momentos no FC Porto, entre contratações falhadas (entre muitos outros o grande, o único…Baroni!) e opções tácticas no mínimo impopulares (aqueles habituais 80 minutos sem alterações enervavam-me tanto!!!), criou um laço entre ele e a massa adepta do clube que parecia impossível depois do fosso criado pela saída de Ivic.
Até a minha mãe, habitualmente uma estranha no mundo do futebol, dizia-me regularmente que gostava imenso de conhecer Sir Bobby, que até lhe fazia uma feijoada à maneira para ver se ele aprendia a falar português de uma vez por todas. Não era preciso. O que ele dizia entendia-se em qualquer língua, foi o treinador que mais me fez interessar pelo futebol e foi o meu preferido de todos os que vi no meu clube.
Cheguei a dar-lhe meia-dúzia de palavras (“Good luck, Mr.Robson, you are the best!”) num hotel em Chaves, onde a equipa estava a estagiar e onde por sorte me encontrava com a minha família. Sorriu para mim, assinou-me o livro de autógrafos e seguiu caminho. Se pudesse dizer mais algumas, seria: “Thank you, Sir Robert. Thank you for making me enjoy the game like you did.”
Ora viva Jorge! Gostei muito do 'Porta 19', que ainda não tinha visitado. Fica uma certeza: vou voltar!
PS: também estive no concerto do "avô" Leonard Cohen!
Um abraço
Ricardo Vara
Obrigado, Ricardo! Cohen é fantástico, ao nível de Robson, dois septuagenários a que o mundo tem muito a agradecer.
Em termos do mundo dos blogs, o teu é uma das minhas visitas regulares, por isso agradeço a retribuição :)
Um abraço!