Um jogo que infelizmente acabou por penalizar a primeira parte muito fraca da equipa, com desconcentrações e falhas graves na defesa e pouca criatividade no ataque. É melhor ler abaixo, Baías e Baronis aguardam:
BAÍAS
(+) A reviravolta mental na segunda parte foi reminiscente do jogo de Kiev, em que saímos de um arranque amorfo para uma boa exibição. Neste caso acabou por não compensar o esforço mas de facto foi bem melhor e compreende-se, tendo em conta o cansaço da equipa, que não tenha tido mais e melhores frutos.
(+) Álvaro Pereira não esteve mal de todo, apesar do primeiro golo ter saído de uma palermice sua. Acaba por ser um dos jogadores mais utilizados na pré-época, e tem feito esquecer Cissokho. Temos lateral esquerdo, ainda que tenha de aprender a defender um pouco melhor.
(+) Hulk sofreu montes de faltas em muito pouco tempo, resultado da capacidade de arranque e de arrastar os defesas, em que é quase imbatível. Marcou novamente e continua a marcar a diferença pela positiva…
BARONIS
(-) …mas não chega. Hulk está forte e pujante, mas está a cometer os mesmos erros consecutivamente. Ouço-me a dizer “passa a bola!” em casa, para uma sala vazia. Ainda mais preocupante é a sua influência na equipa. Lembram-se de Quaresma? Quando as coisas corriam bem todos lhe passavam a bola, ele tomava conta do assunto. Mas quando a bola não ia sempre parar ao destino, quando os defesas eram mais rápidos e mais agressivos…a bola não chegava lá, e Hulk pode ter esse efeito depreciativo na equipa.
(-) Falcao é, até ver, outro Farías. Um jogador sul-americano, com um nome de 6 letras, lento, tecnicamente não muito mau mas não extraordinário, que joga quase sempre a fugir dos centrais e raramente a consegui-lo. Já tínhamos um, e eu não gostava. Mas este foi só o primeiro jogo a titular, depois de poucos treinos e no início do que promete ser uma época bem dura. Há que dar tempo, mas as primeiras indicações são de um substituto de Lisandro que não estará à altura do argentino.
(-) A equipa está muito cansada e isso notou-se. A primeira parte, apesar de extremamente fraca, acaba por ser quase expectável, tendo em conta os treinos intensos que têm pautado o nosso mini-estágio em Espanha.
(-) O onze inicial é absurdo. Um meio-campo com Fernando, Meireles e Guarín?! Já reparei que há quem não concorde comigo, mas Guarín não é jogador para o FC Porto, e quem acha que ele está a melhorar só porque joga mais tempo, está enganado. É um jogador indeciso, que não protege convenientemente a bola, demorando muito tempo a soltá-la e a maior parte das vezes que o faz, faz mal. E se tem jogado tanto tempo só pode ser porque Jesualdo está a tentar dar as últimas hipóteses para ele se afirmar como opção válida. A não ser isso é para ver se aparece algum clube árabe que pegue nele.
(-) Tenho pena que Mariano não possa ter nascido com mais talento. O empenho é inquestionável, e foi dos poucos que ainda conseguiu cerrar os dentes e partir para a luta enquanto esteve em campo. A questão é que não podemos apostar nele para ser titular, porque é sinal que não há melhor. E aí estaremos mesmo em maus lençóis.
(-) Preocupou-me alguma instabilidade psicológica da equipa. Houve alturas em que senti que os jogadores estavam demasiado chateados por estarem a perder e se perderam em parvoíces com os adversários em vez de continuarem a jogar futebol a sério. É certo que o Aston Villa estava a ser exageradamente agressivo nas disputas de bola, muitas cacetadas e demasiadas picardias individuais, mas não podemos cair nesse tipo de jogo porque perderemos. Sempre. Até quando ganharmos.
Derrotas em pré-época não me preocupam. O Aston Villa não é uma equipa melhor que o FC Porto mas jogou com mais inteligência, eficácia e melhor capacidade física, para não falar no cabrão do Carew que consegue proteger a bola como poucos. O que me lixa é que o futebol jogado não tem sido bom, e o cansaço é evidente. A Supertaça é já prá semana e ainda não consigo atirar um onze. É uma época que começa a meio-gás, mas é o que temos e é o que vamos atirar para a fogueira!