Vejo hoje na capa do jornal A Bola o eventual interesse por Quaresma da parte do Benfica. Como portista não posso deixar de estranhar. Quaresma não é nem nunca foi um jogador que o Benfica precisa para conseguir a união que tanto procura. Quaresma é um individualista, um homem que joga sozinho, com muito talento mas pouca vontade de (o) trabalhar. E no plantel do Benfica já há montes deles assim.
Enquanto esteve no Porto fui quase sempre crítico dele. Foi uma benesse para ele e para o clube ter um lateral como Bosingwa que grande parte dos jogos protegia o menino que estava na frente mas raramente passava para trás do meio-campo em auxílio da defesa. E no plantel do Benfica já há montes deles assim (Quaresmas, não Bosingwas, entenda-se).
No entanto, parece que já estou a ver as parangonas: “Vim para o maior clube do mundo”, “No Porto não me entendiam”, “Vou dar tudo pelo clube”, “Rui Costa sempre foi o meu ídolo”… e saem mais umas paletes de latas de tinta vermelha para as edições dos jornais.
Enfim, se vier de volta para Portugal com o proverbial rabinho entre as pernas depois de ter jogado um bocadinho com os grandes e ter percebido que afinal não basta ter talento num campeonato medíocre para ser um grande jogador, temos cá gente para tratar dele. Com o carinho que merece.